quinta-feira, 8 de abril de 2010

"A Ideia De Progresso À Luz Da Psicanálise"

"A razão aparece essencialmente como um princípio que justifica e impõe a renúncia e a sua função não é apenas orientar a sensibilidade, as faculdades humanas inferiores, mas também reprimi-las. Consequentemente, a liberdade é definida no interior desta ideia de progresso como liberdade ligada à repressão das pulsões, como liberdade relativamente à sensibilidade, como transcendência, para além do prazer e como autonomia dessa transcendência. A satisfação não deve nunca ser aquilo que exprime o conteúdo e o espaço da liberdade. A liberdade transcende a satisfação já atingida em direcção a algo diferente, a algo de «mais elevado». E esta transcendência, que é aqui essencial à liberdade, aparece afinal, precisamente como a produtividade de que faz parte, como um fim em si. (...) A liberdade assim definida como fim em si e estritamente distinta do prazer, torna-se liberdade sem felicidade. Aparece como um peso (...)."

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