domingo, 8 de novembro de 2009

Impressão Dum Sonho

A luz era confortável, não havia claridade nem penumbra. A cor da decoração irradiava por todo o lado. Eram umas três camas altas (uma com cortinados amarrados) de madeira. Enchiam todo o espaço. Havia livros em cima da cama decorada com cortinados, imensos livros. De todo o cenário emanava um conforto inexplicável.
Olhaste para mim enquanto fumavas um cachimbo muito ovalado, de madeira trabalhada com uns quaisquer motivos floridos. Estavas deitado numa das camas, de lado. Eu movi-me para perto de ti. Creio que estava em collants e vestia uma blusa fina e macia. Referiste a sorrir que estava muito magra, e agarraste-me para sentir os ossos da bacia. Agarraste com precisão, como se pudesses fazê-lo por eu ser tua. Como há muitos anos atrás, quando eu o era... O toque foi exactamente igual, no sonho, a como costumava ser na realidade. Nunca mais ninguém me despertou essa sensação característica do milissegundo após ser tocada por ti. Mas também não conseguiria saber adjectivá-la ou a razão pela qual era assim.

Depois dirigi-me a um baú pequeno muito trabalhado, creio que tinha uns dourados, e lembro-me de reparar na fechadura... Entretanto, já estava com três chaves em frente ao baú, não sabia qual lhe servia. Tentei a primeira e não abriu. Acordei e senti qualquer coisa que se parece com saudades, mas não o é.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Apontamento