sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Ah! Carlota! Isto é um sentimento único, e, contudo, nada se assemelha mais a um sonho do que dizer-se: «É esta a derradeira manhã!» A derradeira! Carlota, e custa-me compreender o sentido destas palavras: a derradeira; hoje vejo-me ainda de pé, cheio de força! E amanhã, hirto, imóvel, estirado sob a terra fria! Morrer! O que é morrer? Nós sonhamos quando falamos na morte. Tenho visto morrer muita gente; mas o homem é tão ignorante que, apesar do que vê, não tem uma ideia nítida do começo e do fim da sua existência. Por enquanto sou ainda meu... não! teu... teu, minha bem amada! E, um momento depois, separados, apartados talvez para sempre! Não, Carlota, não! Como hei-de eu desaparecer! Que quer dizer isto? São ainda outras palavras, um som oco, que o meu coração não compreende nem ouve! Morto, Carlota! Sepultado na terra fria, numa cova tão estreita! Tão negra!"

2 comentários:

  1. Muitas vezes pelo contrário: é preciso muita coragem.

    O meu vizinho suicidou-se em Abril. Não o censuro. Tenho saudades, lamento sobretudo pela família, mas não me cabe a mim fazer juízos.

    Foi a primeira vez que perdi um amigo assim. Sabe mal e custa muito.

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