sábado, 31 de outubro de 2009

"A Doença Lança Nas Veias Um Insecto Negro"

"a doença lança nas veias um insecto negro
calcinado pela excessiva luz da memória
tenho repentinamente fome
não consigo mexer-me
sacudo os lençóis com os pés concentro-me
na dor que me percorre desmancho a cama
onde me ataram há quinze anos fixo o olhar
para lá das paredes e do tecto

a casa está envenenada
exala vibrações de ferrugem subterrânea
desenha-se uma porta de cânhamo à altura da boca
e um dos movimentos dos dedos fustiga
as raízes graníticas dos alicerces

a doença enumera inventaria
necessita de esvaziar completamente a memória
para que se cure o corpo
e o sonho de novo desça e construa
magníficos refúgios luminosos jardins

de mim amontoar-se-ão os ossos
escombros de veias usadas sob pesadas chuvas
comigo morrerão os rumores de deus e das madeiras
o arrumo cauteloso dos livros o segredo
das fechaduras e dos envelhecidos espelhos
que gemem à passagem dos mortos
e das sombras"

"A Escrita"

"a escrita é a minha primeira morada de silêncio
a segunda irrompe do corpo movendo-se por trás das palavras
extensas praias vazias onde o mar nunca chegou
deserto onde os dedos murmuram o último crime
escrever-te continuamente... areia e mais areia
construindo no sangue altíssimas paredes de nada

esta paixão pelos objectos que guardaste
esta pele-memória exalando não sei que desastre
a língua de limos

espalhávamos sementes de cicuta pelo nevoeiro dos sonhos
as manhãs chegavam como um gemido estelar
e eu perseguia teu rasto de esperma à beira-mar

outros corpos de salsugem atravessam o silêncio
desta morada erguida na precária saliva do crepúsculo"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Tudo o que é humano no homem e mais do que qualquer outra coisa, a liberdade, é o produto dum trabalho social, colectivo."

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"O Dom"

"Infelizmente, já me custa juntar todos os bocados do passado; começo a esquecer relações e ligações entre objectos que ainda prosperam na minha memória, objectos que assim condeno à extinção. Se é assim, que arremedo insultuoso é afirmar com suficiência que

assim uma impressão anterior continua a viver
no interior do gelo da harmonia."

"O Dom"

"É estranho como uma recordação se transforma numa figura de cera, como o querubim se torna suspeitosamente mais bonito à medida que o seu quadro escurece com a idade - estranhas, estranhas são as desventuras da memória."

"O Dom"

"(...) estas são as minhas recordações mais precoces, as mais próximas da fonte original. A sonda do meu pensamento volta-se muitas vezes para essa fonte original, para esse nada em sentido contrário. Assim, o estado nebuloso do recém-nascido parece-me sempre uma lenta convalescença após uma terrível doença, e, quando forço a memória até ao limite para gozar dessa escuridão e utilizar as suas lições para me preparar para a escuridão que há-de vir, o afastar-me da não existência primeira transforma-se numa via de acesso a essa não existência primeira; mas, ao virar a minha vida ao contrário, de modo que o nascimento passa a ser a morte, não consigo ver, no limite dessa morte em sentido contrário, nada que corresponda ao terror sem limites de que se diz que mesmo um velho centenário conhece quando se defronta com o fim certo; nada, salvo talvez as supramencionadas sombras que, enguendo-se lá do fundo quando a vela sai do quarto (com a sombra da maçaneta de cobre do pé esquerdo da cama a passar velozmente como uma cabeça negra que incha à medida que se desloca), ganham os seus lugares habituais por cima da minha caminha de criança (...).

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Consagro a Inutilidade de Um Título

Retorna a imagem do branco, como ponte para a reparação do Eu, um Eu que pode recriar-se continuamente. Não é um branco associado à dimensão do vazio propriamente dito. Mas, antes, associado à possibilidade múltipla de criar o novo, a partir dos fragmentos que foram, anteriormente, evacuados, não para o fora, como mundo externo, mas para um exterior imaginado, e, por isso, um exterior que não chegou a separar-se da vivência interna sofrida. Sofrida, porque, igualmente, tolerada em termos de uma procura de adaptação. Refere-se a noção de imagem, pois o quadro branco é, em potência, um desenho. Comporta uma evocação à (re)criação do velho não transformado, não entendido numa dimensão relacional. A procura pelo outro, pela ligação a esse outro, não é mais do que uma tentativa de ultrapassar a intolerância à frustração. Nessa tentativa, não existe uma procura ávida pelo motivo da necessidade e/ou dependência desse outro, mas antes uma possibilidade de encontro de si próprio, e desse sentido projectado livre e autonomamente no mundo da realidade externa.
O externo não é mais que a consagração, comummente aceite, de uma pluralidade de pequenos pedaços de mundos internos. Aquele que não se adequa a este processo comummente estruturado, começa por erigir um muro, paralelamente dá-se a construção desse mesmo muro por outros, esses seres sociais que consagraram o mundo externo.
O que é a realidade? A resposta encontra-se no parágrafo acima.
A impossibilidade de uma crença passiva no nada, torna-se assim compreensível, uma vez que é humanamente inconsistente pensar-se que se poderia não criar, pois o nada supõe essa mesma anulação criativa.

"Manual de Gramática Russa"

"O carvalho é uma árvore. A rosa é uma flor. O cervo é um animal. O pardal é uma ave. A Rússia é a nossa pátria. A morte é inevitável."

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Poética"

"(...) um poema merece este título apenas na medida em que excita, provocando a elevação da alma. O valor do poema é proporcional a esta excitação que enleva. Mas todas as excitações, devido a um condicionamento psíquico, são efémeras. Esse grau de excitação que permite que um poema possa sequer ser assim chamado não pode sustentar-se continuamente ao longo de uma composição de tamanho muito longo. No máximo, ao fim de uma meia hora, esmorece - declina -, seguindo-se-lhe a reacção inversa - e então o poema, efectivamente, e de facto, deixa de o ser."

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Ah! Carlota! Isto é um sentimento único, e, contudo, nada se assemelha mais a um sonho do que dizer-se: «É esta a derradeira manhã!» A derradeira! Carlota, e custa-me compreender o sentido destas palavras: a derradeira; hoje vejo-me ainda de pé, cheio de força! E amanhã, hirto, imóvel, estirado sob a terra fria! Morrer! O que é morrer? Nós sonhamos quando falamos na morte. Tenho visto morrer muita gente; mas o homem é tão ignorante que, apesar do que vê, não tem uma ideia nítida do começo e do fim da sua existência. Por enquanto sou ainda meu... não! teu... teu, minha bem amada! E, um momento depois, separados, apartados talvez para sempre! Não, Carlota, não! Como hei-de eu desaparecer! Que quer dizer isto? São ainda outras palavras, um som oco, que o meu coração não compreende nem ouve! Morto, Carlota! Sepultado na terra fria, numa cova tão estreita! Tão negra!"

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Sabe Deus quantas vezes tenho adormecido com o desejo, até mesmo com a esperança, de não mais acordar! Mas no dia seguinte, abro os olhos, torno a ver o sol e sinto-me miserável!"

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Desviei o olhar. Ela não devia ter feito aquilo! Não devia inflamar-me a imaginação com aqueles quadros de venturosa inocência, nem despertar-me o coração desse sono em que o aborrecimento da vida se embala tantas vezes."

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Tudo, tudo desapareceu! Nem um vestígio do mundo passado! Nem uma pulsação do meu sentir desse tempo. Sou como um fantasma que voltasse ao seu magnífico castelo, construído quando príncipe poderoso e por ele legado na hora extrema a um filho querido, e das riquezas amontoadas nesse soberbo edifício apenas viesse encontrar cinzas, escombros, ruínas..."

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Conta-se que há uma raça de cavalos, que, quando perseguidos, abrem por instinto a si próprios uma veia com os dentes, para poderem respirar mais livremente."

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"- A natureza humana - prossegui - tem os seus limites, pode suportar, até um certo grau, a alegria, a dor e a tristeza; quando porém, se ultrapassa esse grau, a natureza sucumbe. Pouco importa saber se um homem é fraco ou forte, mas apenas se é capaz de suportar os seus sofrimentos, quer físicos quer mortais; e, na minha opinião, é tão desassisado qualificar de covarde o homem que se suicida como chamá-lo ao que morre de uma febre maligna."

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"No mais profundo de si mesmo, o nosso ser rebela-se em absoluto contra todos os limites. Os limites físicos são-nos tão insuportáveis quanto os limites do que nos é psiquicamente possível: não fazem verdadeiramente parte de nós. Circunscrevem-nos mais estreitamente do que desejaríamos."

domingo, 18 de outubro de 2009

"O Caso Mental Português"

"Ora a civilização consiste simplesmente na substituição do artificial ao natural no uso e correnteza da vida. Tudo quanto constitui a civilização, por mais natural que nos hoje pareça, são artifícios: o transporte sobre rodas, o discurso disposto em verso escrito, renegam a naturalidade original dos pés e da prosa falada.
A artificialidade, porém, é de dois tipos. Há aquela, acumulada através das eras, e que, tendo-a já encontrado quando nascemos, achamos natural; e há aquela que todos os dias se vai acrescentando à primeira. A esta segunda é uso chamar «progresso» e dizer que é «moderno» o que vem dela. Ora o campónio, o provinciano e o citadino diferenciam-se entre si pelas suas diferentes reacções a esta segunda artificialidade."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Atrasei-me prà vida!; como quando me atrasei para a morte do meu avô... Por teimosia. Dizemos tantas vezes não nos nossos diálogos quotidianos que a negação acaba por tornar-se num modo de existir (contra o mundo, contra aquilo que é a nossa essência). Não, isto não é uma dissertação acerca da essência do homem ou do sentido da existência humana. Isto é o derradeiro grito de quem nunca se deixou berrar, por teimosia, por pseudo-controlo.
Vamos à consulta de psicoterapia psicanalítica falar mal dos nossos pais e saímos de lá com a culpa acrescida. Fazemos exames médicos pensando sempre que não vamos ter nada, só para confirmar que tudo vai bem. Marcamos consultas de especialidade na esperança de estarmos a ser hipocondríacos. Perdemos pessoas, perdemos desejos, apagam-se luzes todos os dias dentro nós. Deixamos permanentemente de acreditar na possibilidade de um dia podermos vir a acreditar em alguém.
Mas ainda tenho tempo, pensamos. Ainda não me esgotei. Então cai-nos a realidade em cima, com suspeições acerca da possibilidade de o corpo, este corpo arrastado ao longo de cerca de duas décadas, estar a destruir-se a si próprio. Sentimo-nos cansados de tudo, respirar é um tormento, então vamos dormir. E lá estão as insónias a espreitar. Levantamo-nos, não conseguimos ler, escrevemos mal e porcamente, pensar é esgotante e, ao mesmo tempo, não somos capazes de parar o pensamento. Depois de umas horas deprimentes lá nos deitamos outra vez, temos pesadelos, acordamos com a boca amarga e sabemos como vai ser o dia. Desejamos então que algo aconteça: uma bomba, uma catástrofe natural, uma estalada, qualquer coisa serve... O tédio é insuportável, o vazio vence. E um dia arrependemo-nos de ter desejado maldades que podem, de facto, acontecer (a nós próprios).
E chego à conclusão que cagar é o único prazer que resta.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"Die Leiden des Jungen Werthers"

"Acontece com a distância o mesmo que com o futuro. Cobre-nos a alma uma enorme escuridão; o pensamento mergulha nela e ilude-se como o nosso olhar: sentimos o desejo ardente de sacrificar toda a existência, para nos absorvermos, com inefável alegria, no sentimento do infinito! Mas... quando lá chegamos, quando o longínquo se aproxima de nós, tudo nos aparece no mesmo estado; conservamo-nos em igual miséria; rodeia-nos idêntica tristeza e a nossa alma sedenta suspira baldadamente o bálsamo pela aventura que acaba de lhe fugir."
"Não sei até que ponto não seremos toda a vida um menino ou uma menina a assobiar no escuro."

domingo, 11 de outubro de 2009

"A Arte de Amar (Remédios Contra O Amor)"

"(...) para que o Amor bata em retirada , é preciso atacá-lo em todas as frentes."

"A Arte de Amar (Remédios Contra O Amor)"

"Jovens enganados, que no amor só tivestes decepções, vinde escutar as minhas lições. O mesmo que vos ensinou a amar há-de ensinar-vos a maneira de vos curardes. Será a mesma mão a dar-vos o veneno e o antídoto. A terra produz, ao mesmo tempo, ervas salutares e outras nocivas e a urtiga cresce muitas vezes junto da rosa. (...)
O meu principal objectivo é extinguir a violência da paixão e libertar os corações de uma vergonhosa servidão."

"A Arte de Amar"

"Jovens, que a vossa primeira preocupação seja cuidar da formação do carácter; as qualidades da alma dão ao rosto novos atractivos. O amor que surgiu graças a um bom carácter é duradouro; a idade há-de causar estragos na vossa beleza e as rugas hão-de sulcar o vosso rosto sedutor. (...) A virtude proporciona satisfação, dura toda a vida, por muito longa que seja e, onde ela está presente, o amor mantém-se."

sábado, 10 de outubro de 2009

"A Educação do Estóico"

"Atingi, creio, a plenitude do emprego da razão. E é por isso que tenho que me matar."

"A Educação do Estóico"

"... uma coisa difícil de definir, salvo como uma náusea física da vida."

"A Educação do Estóico"

"Tornara-me objectivo para mim mesmo. Mas não podia distinguir se com isso me achara ou me perdera."

"A Educação do Estóico"

"Comecei então a compreender como por fim cansa de tudo o esforço contínuo da perfeição inatingível, e compreendi os grandes místicos e os grandes ascetas, que reconhecem na alma a futilidade da vida."

"A Educação do Estóico"

"Nunca tive saudades. Não há época da minha vida que eu não recorde com dissabor. Em todas fui o mesmo - o que perdeu o jogo ou desmereceu do pouco da vitória.
Tive, sim, esperanças, porque tudo é ter esperanças ou é morte."

"A Educação do Estóico"

"Não me queixo dos que me cercam ou me cercaram. Nunca alguém me tratou mal, em nenhum modo ou sentido. Todos me trataram bem, mas com afastamento. Compreendi logo que o afastamento estava em mim, a partir de mim. Por isso posso dizer, sem ilusão, que fui sempre respeitado. Amado, ou querido, nunca fui. Reconheço hoje que o não poderia ser. Tinha boas qualidades, tinha emoções fortes (...) - mas não tinha o que se chama amor."

"A Educação do Estóico"

"O escrúpulo é a morte da acção. Pensar na sensibilidade alheia é estar certo de não agir. Não há acção, por pequena que seja - e quanto mais importante, mais isso é certo - que não fira outra alma, que não magoe alguém, que não contenha elementos de que, se tivermos coração, nos não tenhamos que arrepender. Muitas vezes tenho pensado que a filosofia real do eremita estará antes no esquivar-se a ser hostil, pelo simples facto de viver, do que em qualquer pensamento directamente relacionado com o isolar-se."

"A Educação do Estóico"

"Não é a dor moral que me leva a matar-me; é a vacuidade moral em que a dor assenta."

"A Educação do Estóico"

"(...) ao contrário do vulgar, tive sempre mais medo da morte do que de morrer."

"Aparição"

"Um dia, meu amor, (e talvez cedo,
Que já sinto estalar-me o coração!)
Recordarás com dor e compaixão
As ternas juras que te fiz a medo…

Então, da casta alcova no segredo,
Da lamparina ao trémulo clarão,
Ante ti surgirei, espectro vão,
Larva fugida ao sepulcral degredo…

E tu, meu anjo, ao ver-me, entre gemidos
E aflitos ais, estenderás os braços
Tentando segurar-te aos meus vestidos…

- «Ouve! espera!» – Mas eu, sem te escutar,
Fugirei, como um sonho, aos teus abraços
E como fumo sumir-me-ei no ar!"

"A J. Félix dos Santos"

"Sempre o futuro, sempre! E o presente
Nunca! Que seja esta hora em que se existe
De incerteza e de dor sempre a mais triste,
E só farte o desejo um bem ausente!

Ai! Que importa o futuro, se inclemente
Essa hora, em que a esperança nos consiste,
Chega… é presente… só à dor assiste?...
Assim, qual é a esperança que não mente?

Desventura ou delírio?... O que procuro,
Se me foge, é miragem enganosa,
Se me espera, pior, espectro impuro…

Assim a vida passa vagarosa:
O presente, a aspirar sempre ao futuro:
O futuro, uma sombra mentirosa"

"A Germano Meireles"

"Só males são reais, só dor existe:
Prazeres só os gera a fantasia"

"A Educação do Estóico"

"Não é no individualismo que reside o nosso mal, mas na qualidade desse individualismo. E essa qualidade é ele ser estático em vez de dinâmico. Damo-nos valor por o que pensamos, em vez de por o que fazemos. Esquecemos que (...) a primeira função da vida é a acção, como o primeiro aspecto das coisas é o movimento."

"A Educação do Estóico"

"Sinto o coração como um peso inorgânico."

"A Educação do Estóico"

"Ponho fim a uma vida que me pareceu poder conter todas as grandezas, e não vi conter senão a incapacidade de as querer. Se tive certezas, lembro-me sempre que todos os loucos as tiveram maiores."

"A Educação do Estóico"

"Atingi à saciedade do nada, à plenitude de cousa nenhuma. O que me levará ao suicídio é um impulso como o que leva a deitar a cedo. Tenho um sono íntimo de todas as intenções.
Nada pode já transformar a minha vida. Se... se... Sim, mas se é sempre uma cousa que não aconteceu; e se não aconteceu, para que supor o que seria se ela fosse?"

"Como Vejo o Mundo"

"Os ideais que sempre me iluminaram e me encheram incessantemente de coragem de viver em alegria foram a Bondade, a Beleza e a Verdade. Sem o sentimento de harmonia com aqueles que têm as mesmas convicções, sem a indagação daquilo que é objectivo e eternamente inatingível no campo da arte e da investigação científica, a vida ter-me-ia parecido vazia. Os fins banais do esforço humano: propriedade, êxito exterior e luxo, sempre me pareceram desprezíveis."

domingo, 4 de outubro de 2009

"A Arte de Amar"

"Mas, ao desfraldares as velas, não queiras que a tua amiga se deixe ficar para trás nem te tome a dianteira. Deveis alcançar a meta os dois ao mesmo tempo. O cúmulo da volúpia é quando, vencidos os dois, homem e mulher jazem sem força. Eis o procedimento a ter quando tenhas tempo livre e o medo não te obrigue a apressares o amor."