quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"O Duplo"

"Depois do primeiro ataque de pasmo apavorado, o sangue subiu à cabeça do senhor Goliádkin. Com um gemido e um ranger de dentes, deitou as mãos à cabeça a ferver, sentou-se no seu rebolo e começou a pensar... Mas não conseguia encadear os pensamentos. Relampejavam-lhe na cabeça umas caras, acontecimentos havia muito esquecidos, ora nítidos, ora vagos, melodias de estúpidas canções antigas... A angústia, a angústia, essa, então, era desmedida! «Meu Deus, meu Deus! - pensou o nosso herói, como se acordasse por momentos, reprimindo o choro -, dá-me firmeza de espírito nos infinitos abismos das minhas desgraças! (...)»."

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