quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Hamlet"

"Perdi nos últimos tempos, por que razão não sei, toda a minha alegria; abandonei todo o tipo de exercício, e, com efeito, qualquer coisa me turva de tal modo a disposição que esta excelente moldura, a terra, me parece um promontório estéril, este dossel sobre todos excelente, o ar, vede bem, este férvido firmamento envolvente, este tecto majéstico chispado de fogos de ouro, parece-me apenas uma congregação de vapores pestilenta e vil. Que obra de arte é o homem, que nobre na razão, que infinito nas faculdades, no movimento e na forma que admirável e preciso, como um anjo nos actos, ou um deus na apreensão: a beleza do mundo, a paragona dos animais - e no entanto para mim, que é esta quintessência do pó? Os homens não me encantam - nem as mulheres, embora com esse sorriso o queiras insinuar."

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