segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

"Últimos Escritos Sobre a Filosofia da Psicologia"

"866. O que tem de aprender a criança antes de poder fingir?
Por exemplo, o emprego de palavras como: "Ele acredita que tenho dores, mas não tenho."

867. A criança faz a experiência que é mais bem tratada se, por exemplo, gritar com dores; ela grita, então, para ser tratada desse modo. Isto não é fingimento. Somente uma raiz do fingimento.

868. Uma criança tem de aprender muitas coisas antes de poder fingir.

869. Tem de aprender um complicado modelo de comportamento antes de poder ser fingida ou sincera.

(...)

871. A criança aprende também a imitar a dor. Aprende o jogo: comportar-me como quando temos dores.

872. "Quando uma criança sabe o que são dores, também sabe, naturalmente, que as podemos fingir."

(...)

874. Ela não apenas aprende o uso da expressão "ter dores" em todas as suas pessoas, tempos e números, como também aprende isso em conexão com a negação e os verbos de opinião. Pois: acreditar, duvidar, etc. que outra pessoa tem dores são modos naturais do nosso comportamento para com os outros. (Ela aprende "Acredito que ele tem...", "Ele acredita que tenho...", etc., etc. - mas não "Acredito que tenho.")

(...)

877. A incerteza sobre se o outro... é um traço (essencial) de todos estes jogos de linguagem. Mas isto não significa que cada pessoa está desesperadamente em dúvida sobre se o outro sente."

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