segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Noites Brancas"

"Durante todo o ano eu amei-o, a ele, e juro por Deus que nunca lhe fui infiel, nem em pensamento. Mas ele desprezou isso, gozou comigo - que Deus o acompanhe! Mas ele atingiu-me, insultou o meu coração. Eu... eu já não o amo, porque só posso amar aquele que é generoso, que me compreenda, que seja nobre; porque eu própria sou assim, e ele não é digno de mim - muito bem, Deus o acompanhe. Foi melhor ele ter feito o que fez do que eu vir a ser defraudada mais tarde nas minhas esperanças ao saber como ele é na realidade... Está bem acabou-se! Sabe-se lá, meu bom amigo - continuou ela a apertar-me a mão -, sabe-se lá, talvez todo o meu amor tenha sido um engano dos sentimentos, da imaginação, talvez tudo tivesse começado por traquinice, na brincadeira, por estar a ser constantemente vigiada pela avó? Talvez seja outro que eu tenha de amar, e não ele, não esse homem, mas outro, que tenha pena de mim e... e... Pronto, deixemo-nos disso - interrompeu-se Nástenka, arfando de emoção (...)."

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