terça-feira, 22 de dezembro de 2009

"Noites Brancas"

"No quarto, escurece; na sua alma há um vazio e uma tristeza; todo um reino de devaneios se desmorona à sua volta, rui sem estrépito e sem deixar vestígios, passa como um sonho, um sonho cujo conteúdo esqueceu. Porém, uma sensação obscura, uma dor surda a levantar-se no seu peito, um novo desejo, já lhe tilinta e excita sedutoramente a fantasia, um imperceptível apelo a toda uma chusma de novos fantasmas. No pequeno quarto reina o silêncio; o retiro solitário e a preguiça afagam a imaginação, que começa a inflamar-se, a fervilhar levemente (...)."

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