segunda-feira, 26 de março de 2012

"Jacques O Fatalista"

"Jacques perguntou ao amo se não reparara que, fosse qual fosse a miséria das pessoas do povo, mesmo não tendo pão para comerem, todas tinham cães. E se não reparara que esses cães, todos ensinados a fazer habilidades, a andar em duas patas, a dançar, a trazer coisas à mão, a saltar para o rei, para a rainha, a fazerem-se de mortos, haviam sido transformados por essa educação nos animais mais infelizes do mundo. Donde concluiu que todo o homem queria mandar noutro, e, como o animal se encontrava na sociedade imediatamente abaixo da classe dos últimos cidadãos comandados por todas as outras classes, eles tinham um animal para terem também em quem mandar. «Bem, disse Jacques, cada um tem o seu cão. O ministro é o cão do rei, o secretário de Estado é o cão do ministro, a mulher é o cão do marido, ou o marido é o cão da mulher (...)."

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