sábado, 8 de agosto de 2009

"A Morte de Ivan Ilitch"

"Nos últimos tempos a solidão em que se encontrava deitado com o rosto para as costas do sofá, essa solidão no meio de uma cidade populosa e dos seus numerosos conhecidos e da família - uma solidão que não podia haver maior em parte alguma: nem no fundo do mar nem em terra -, nos últimos tempos dessa horrível solidão vivia apenas com a imaginação no passado. Os quadros do seu passado surgiam-lhe um após o outro. Começava sempre por aquilo que era mais próximo no tempo, descia à infância e aí parava. (...) «Não devo pensar nisso... é demasiado doloroso», dizia a si mesmo e voltava para o presente. (...) E de novo parava na infância, e de novo era doloroso e Ivan Ilitch procurava expulsar esses pensamentos e pensar noutra coisa."

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