"(...) porque sei que o amor no tempo tem início,
E porque vejo, em muitos passos probatórios,
Que a sua chama e fogo o tempo lhe rareia.
No interior da mesma chama do amor habita
Uma espécie de mecha ou pavio que a reduz;
E nada se mantém eterno em plena condição,
Pois a plenitude, contraindo uma pleurisia,
Morre do próprio excesso. O que queremos fazer
No instante devemos fazer; pois esse «queremos»
Altera-se, e tem tantos abatimentos e demoras
Como há línguas, como há acidentes e mãos,
E esse «devemos» é como um suspiro pródigo
Que no aliviar magoa."
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Apontamento