terça-feira, 13 de outubro de 2020
“Love at First Sight”
that a sudden passion joined them.
Such certainty is beautiful,
but uncertainty is more beautiful still.
Since they’d never met before, they’re sure
that there’d been nothing between them.
But what’s the word from the streets, staircases, hallways—
perhaps they’ve passed by each other a million times?
I want to ask them
if they don’t remember—
a moment face to face
in some revolving door?
perhaps a “sorry” muttered in a crowd?
a curt “wrong number” caught in the receiver?—
but I know the answer.
No, they don’t remember.
They’d be amazed to hear
that Chance has been toying with them
now for years.
Not quite ready yet
to become their Destiny,
it pushed them close, drove them apart,
it barred their path,
stifling a laugh,
and then leaped aside.
There were signs and signals,
even if they couldn’t read them yet.
Perhaps three years ago
or just last Tuesday
a certain leaf fluttered
from one shoulder to another?
Something was dropped and then picked up.
Who knows, maybe the ball that vanished
into childhood’s thicket?
There were doorknobs and doorbells
where one touch had covered another
beforehand.
Suitcases checked and standing side by side.
One night, perhaps, the same dream,
grown hazy by morning.
Every beginning
is only a sequel, after all,
and the book of events
is always open halfway through.
(translated from Polish by Clare Cavanagh and Stanislaw Baranczak)
“Mourir de Dire: La Honte”
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
CARICATURAS - A Tipa que Manda mas Nunca Assume
CARICATURAS - O Pintas Zen Que Gosta de Estar no Trabalho
Faz madeixas brancas no cabelo e apara a barba como dita a moda da ocasião, para ser estiloso.
Pequenito e de pernas arqueadas, que acentua com skinny jeans e botins a imitar cabedal, cumprimenta toda a gente como se estivesse a espalhar charme e felicidade, mas na verdade é oco. Deve ter visto um coach grisalho no Youtube a ensinar gestão e autoconfiança e introjectou aquilo a sangue frio.
Ele não sabe, mas eu sei, que faz tudo por tudo para que não se descubra (incluindo o próprio) que é um impostor.
Acha que os índices de bem estar de uma organização sobem se sorrir e perguntar todos os dias como estão a correr as coisas.
Por falar em correr, é visto a correr pela cidade, sua e esforça-se como um campeão. Se tivesse esta tesão para perceber o funcionamento dos projectos que “coordena”, ler leis e documentos essenciais que implicam directamente o seu trabalho e quisesse mesmo saber o que é o bem estar, talvez um dia trabalhasse realmente.
Fala em chavões, dá a ideia de ter aprendido umas palavras essenciais há uns anos atrás com alguém mais velho, talvez um mentor, como por exemplo: sustentável, colaboração, plano de cooperação, estreita parceria, desenvolvimento conjunto de acções. Só que ele fala e observas que não deve nem saber como consultar o dicionário para apreender os significados. Tem a argúcia intelectual de uma ervilha.
Nunca se inibe de falar, aceita todos os convites e quando não há convite partilha igualmente as suas epifanias com outrem. Para ele, isto é a solidariedade!
Acho incrível aquela autoconfiança toda, mesmo quando diz disparates. Mas assim descobrimos que quando se faz tudo com confiança, passa-se por entre os pingos da chuva. Aprendi muito com ele, mas confesso que não tenho lata para seguir o modelo.
Fala de tudo como se soubesse, se alguém o interromper para corrigir sorri e finge preocupar-se, mas num momento seguinte pode repetir o mesmo disparate, só que desta vez com um ar que é um misto de virgem colegial com barão solene. Não é fácil explicar-vos caracteres que se traem a si mesmos em cada gesto. Mas tentei.
Não tenho nada contra nem a favor do personagem. Mas desconfio que nunca trabalhou um único dia, ganha o seu e ninguém o chateia. Tiro-lhe o chapéu!
19-09-2020
sexta-feira, 12 de junho de 2020
"Once there came a man"
"Carnets II"
"Structures of Subjectivity: Explorations in Psychoanalytic, Phenomenology and Contextualism"
“Quero ser livre insincero"
"Negotiations"
“Motivo”
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
"Corpo"
"Livro do Desassossego"
“ABSURDO