sábado, 31 de julho de 2010

"Ali-Babá"

"Sacrifiquei a voz ao corpo, para que este fosse desejo. Porém a voz do desejo não fala mais em mim. Hoje sou apenas carência e falta. Aonde a tempestade dos meus sinais biológicos pedia ordenação à linguagem, símbolos, palavras, rebentou o vazio em mim, essa soberba, ávida e insaciável, aonde se esgotam todos os ritos de compreensão, todos os sinais de solidariedade.
Minto e não sou mentiroso, porque de verdade gostava de ser verdadeiro, mas não sei mais ser verdadeiro, já não sei alinhar as palavras senão para dizer da minha necessidade."

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