sexta-feira, 12 de junho de 2020

"Once there came a man"

Once there came a man
Who said:
“Range me all men of the world in rows.”
And instantly
There was a terrific clamor among the people
Against being ranged in rows.
There was a loud quarrel, world-wide.
It endured for ages;
And blood was shed
By those who would not stand in rows,
And by those who pined to stand in rows.
Eventually, the man went to death, weeping.
And those who stayed in the bloody scuffle
Knew not the great simplicity.

"Carnets II"

"L'homme n'est rien de lui-même. Il n'est qu'une chance infinie. Mais il est le responsable infini de cette chance".

"Structures of Subjectivity: Explorations in Psychoanalytic, Phenomenology and Contextualism"

“The permanentizing of transience, the infinitizing of finitude, the circular ordering of chaos (...)"

“Quero ser livre insincero"

“Quero ser livre insincero
Sem crença, dever ou posto.
Prisões, nem de amor as quero.
Não me amem, porque não gosto.

Quando canto o que não minto
E choro o que sucedeu,
É que esqueci o que sinto
E julgo que não sou eu.

De mim mesmo viandante
Olho as músicas na aragem,
E a minha mesma alma errante
É uma canção de viagem.”

"Negotiations"

"[...] we’re riddled with pointless talk, insane quantities of words and images. Stupidity’s never blind or mute. So it’s not a problem of getting people to express themselves but of providing little gaps of solitude and silence in which they might eventually find something to say. Repressive forces don’t stop people expressing themselves but rather force them to express themselves; What a relief to have nothing to say, the right to say nothing, because only then is there a chance of framing the rare, and ever rarer, thing that might be worth saying".

“Motivo”

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: 
sou poeta.

(...)."
“I am out with lanterns, looking for myself.”
“They say that 'home is where the heart is.' I think it is where the house is, and the adjacent buildings.”

"Surrealism"



"Assim Falou Zaratustra”


"Corpo"

"Corpo corpo
que te seja leve o peso das estrelas
e de tua boca irrompa a inocência nua
dum lírio cujo caule se estende e
ramifica para lá dos alicerces da casa

abre a janela debruça-te
deixa que o mar inunde os órgãos do corpo
espalha lume na ponta dos dedos e toca
ao de leve aquilo que deve ser preservado

mas olho para as mãos e leio
o que o vento norte escreveu sobre as dunas

levanto-me do fundo de ti humilde lama
e num soluço da respiração sei que estou vivo
sou o centro sísmico do mundo”

"A Peste"


"Livro do Desassossego"


“ABSURDO

Tornarmo-nos esfinges, ainda que falsas, até chegarmos ao ponto de já não sabermos quem somos. Porque, de resto, nós o que somos é esfinges falsas e não sabemos o que somos realmente. O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios. O absurdo é (o) divino.
Estabelecer teorias, pensando-as paciente e honestamente, só para depois agirmos contra elas — agirmos e justificar as nossas acções com teorias que as condenam — talhar um caminho na vida, e em seguida agir contrariamente a seguir por esse caminho. Ter todos os gestos e todas as atitudes de qualquer coisa que nem somos nem pretendemos ser, nem pretendemos ser tomados como sendo.
Comprar livros para não os ler; ir a concertos nem para ouvir a música nem para ver quem lá está; dar longos passeios por estar farto de andar e ir passar dias no campo só porque o campo nos aborrece.”
"O pensamento puro deve começar por uma recusa da vida. O primeiro pensamento claro, é o pensamento do nada."