sábado, 28 de abril de 2012

"Livro Do Desassossego"

"Não me submeto ao Estado nem aos homens, resisto inertemente."

"Livro Do Desassossego"

"Talvez tudo seja símbolo e sombra, mas não gosto de símbolos e não gosto de sombras. Restitui-me o passado e guarda a verdade. Dá-me outra vez a infância e leva Deus contigo."

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Livro Do Desassossego"

"O que é certo é que as coisas que mais amamos, ou julgamos amar, só têm o seu pleno valor real quando simplesmente sonhadas."

"Livro Do Desassossego"

"Nunca duvidei que todos me traíssem; e pasmei sempre quando me traíram. Quando chegava o que eu esperava, era sempre inesperado para mim."

"Livro Do Desassossego"

"A vida (...) é a busca do impossível através do inútil. Busquemos sempre o impossível, porque tal é o nosso fado; busquemo-lo através do inútil, porque não passa caminho por outro ponto; ascendamos, porém, à consciência de que nada buscamos que possa obter-se, de que por nada passamos que mereça um carinho ou uma saudade."

quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Livro Do Desassossego"

"Cada palavra falada nos trai. A única comunicação tolerável é a palavra escrita, porque não é uma pedra em uma ponte entre almas, mas um raio de uma luz entre astros."

quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Jacques O Fatalista"

"Quiseram persuadir-me de que o seu amo e Desglands se tinham apaixonado pela mulher dele. Não sei nada disso; mas tenho a certeza de que à noite ele dizia para consigo mesmo: «Jacques, se está escrito lá em cima que hás-de ser cornudo, por mais que faças hás-de sê-lo; se, pelo contrário, está escrito que não o serás, por mais que eles façam não o serás; por isso, dorme, amigo.» E adormecia."

terça-feira, 3 de abril de 2012

"Cândido"

"- Mas com que fim foi então criado o mundo? - inquiriu Cândido.
- Para nos irritar - respondeu Martin."

"Cândido"

"Nunca vi cidade que não desejasse a ruína da cidade vizinha, nem família que não pretendesse o extermínio de outra família. Por todo o lado os fracos abominam os poderosos, diante dos quais rastejam, e os poderosos tratam-nos como rebanhos, de que vendem a lã e a carne. Um milhão de assassinos arregimentados, correndo de um lado para o outro da Europa, exercem disciplinada e ordenadamente o assassínio e a pilhagem como modo de vida, pois não encontram profissão mais honesta. E nas cidades onde parece reinar a paz e as artes florescem, os homens são devorados pela inveja e por mais cuidados e inquietações do que os habitantes flagelados pelo cerco da sua cidade. (...)
- E contudo o bem existe - afirmou Cândido.
- Pode ser - contrapôs Martin -, mas eu não o conheço."